// sexta-feira, setembro 29, 2006
Eu era defensora convicta do Lula até ele me rachar a cara no debate ontem.
O pior foi agüentar as piadinhas: "viu que corajoso teu canditato!?" ou "ele faltou porque perdeu outro dedo?!".
É fogo, é fogo.
Tenho que reconhecer que a Heloísa Helena deu um show de eloqüência e inteligência. Eu até votaria nela, se tivesse feito o título.
Não há a menor necessidade de falar nisso se nem vou votar esse ano. É culpa das dores.
Cara. Rotavírus
DÓI!!
Remédios, preciso dos meus remédios...
Publicado por Laís Medeiros em 16:29
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// quarta-feira, setembro 27, 2006
Aula de geografia.
Tento me concentrar no crescimento da população. 6 bilhões de pessoas, atualmente.
[mente fértil]E no dia em que nascer a 6.666.666.666ª criança? Bebês vermelhos com chifres e rabos começam a pular em volta das classes choramingando "meia meia meia meia meia meia meia meia meia meia... queremos sangue... meia meia meia meia meia..."[/mente fértil]
O controle populacional foi implantado em alguns países...
[mente fértil] Um hospital enorme, pintado de vermelho. O obstetra pergunta à enfermeira:
_É o primeiro filho dessa mulher?
_Não, é o quarto.
Médico suspira e pega novos instrumentos. A criança é esquartejada logo após o parto e entregue à outra criança (vermelha, com chifres e rabo) que pula gritando: "sangue, sangue, sangue...".[/mente fértil]
Pouco depois disso a professora notou meu olhar obcecado e se afastou de mim, possivelmente pensando que eu a imagina nua. Sim, ela ainda deve crer que eu sou lésbica.
O que prejudica minha vida escolar é minha imensa criatividade. Mas temporariamente o problema está resolvido, já que contraí aquele rotavírus e devo ficar cinco dias de molho. Não deveria nem estar aqui, mas o vício falou mais forte.
Cinco dias em casa.
Pô, eu não merecia.
Publicado por Laís Medeiros em 18:13
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// terça-feira, setembro 26, 2006
Sugiro que façamos uma corrente de imeious para a Globo, explicando educadamente que o Fantástico é (ou era pra ser) um programa pra adultos; portanto, não há necessidade de interpretações e analogias ridículas, facilmente compreendidas por qualquer criança de oito anos (e com retardo mental).
Faça sua parte por uma Rede Globo melhor.
Ou durma na frente da TV, porque
do jeito que tá não dá!!
Falta de assunto é escrever sobre a programação da TV.
É, a coisa tá crítica.
Publicado por Laís Medeiros em 01:18
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// quinta-feira, setembro 21, 2006
Antes dos dezesseis Julieta reconciliou dois mundos.
E Naná anda nos bares de Paris, com bêbados e vagabundos.
A beleza de Helena pôs muitos navios a navegar.
Salomé só precisava os sete véus soltar.
A beleza de Ester salvou o povo dela.
O feito de Maria é louvado em toda capela.
A esposa pastora de Luís levantou a nação com um brado.
Mas aqui estou eu, com dezesseis, e o mundo parado.
Da então adolescente Erica Jong
Tempos depois, Erica se tornou escritora, e pula de relacionamento em relacionamento, convencida de que apenas a infelicidade lhe motiva a escrever.
M-E-D-O.
Comemorei meu aniversário comparecendo à programação da Semana Farroupilha da minha escola, ficando uma hora em pé no sol e reclamando de dores na coluna. A versão 1.6 não está me fazendo bem.
Meta pros 16: parar de falar palavrões; e de reclamar à toa; e de escrever contos nas aulas chatas; e de criar blogs freneticamente.
Parar, parar, eu posso parar.
Publicado por Laís Medeiros em 17:47
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// quinta-feira, setembro 14, 2006
Como dizer "cala a boca!" sem dizer
Professora de geografia:
_Laís, tu tem namorado?
_Não tenho não, por quê?
_Olha aqui o [insira nome de um colega], que tu acha dele? (risinho da professora)
_Não acho nada, eu não gosto de meninos.
(cara de espanto da professora seguida por um silêncio absoluto)
Heheheheheh
=]
Publicado por Laís Medeiros em 17:25
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// sexta-feira, setembro 08, 2006
É fato que sou alienada. Não apenas pelas minhas gafes (como citar a Leona numa conversa sobre a novela das oito), mas também pela minha total falta de conhecimento sobre assuntos comuns. Sou a única pessoa no mundo (compreendam: a
única no
mundo) que não viu a cabeçada do Zidane.
Mas tenho uma justificativa: não fui feita pra esse tipo de emoção.
Exemplificando: eu choro vendo "A Casa das Sete Mulheres". Eu já tinha esquecido o motivo de ter parado de ver novelas, mas quinze minutos da minissérie me fizeram recordar.
[flashback] A última novela que acompanhei foi "Mulheres Apaixonadas", ocasião na qual percebi que tinha algum distúrbio dos graves. Enquanto todos se comoviam com a mulher que apanhava do marido, eu chorava com a alma pelo marido que espancava. "Mas ele
ama ela, só tem um jeito errado de demonstrar!".Assim, novelas e derivados me nocauteavam. Eu chorava até pelo cachorrinho morto da pobre menininha.[/flashback]
Ontem, desavisada, assisti com minha irmã um capítulo da minissérie:
Manoela se aproxima e vê Garibaldi ferido.
Laís sente os olhos enchendo.
Garibaldi sussurra o nome de Anita.
Laís engole um soluço.
Garibaldi acorda e se justifica com Manoela.
Lágrimas escorrem pelo rosto de Laís.
Anita chega e agarra Garibaldi, excluindo Manoela.
Laís começa a soluçar.
O batalhão comemora a volta de Anita, enquanto Manoela espia de lado.
Laís começa a ganir.
Anita chama Manoela pra conversar e agradece por ela ter cuidado de
seu homem.
Laís perde a respiração.
Manoela olha pra Anita com um misto de desprezo e admiração, e parte com o rabo entre as pernas.
Laís se atira no chão dando socos e pontapés gritando "não, não, nãããããõ!!".
Imaginem então o que seria de mim assistindo mortes, traições, intrigas e brigas globais diariamente?!
Pior: eu conseguiria sobreviver ao assistir o trágico término de uma carreira brilhante através de um ato mesquinho e impensado?!
Melhor continuar assim, na minha.
TV é a máquina do capeta. E eu ainda não descobri qual é a novela da Leona.
Publicado por Laís Medeiros em 17:15
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// quarta-feira, setembro 06, 2006
E assim vou percorrendo a Madison Avenue para o consultório da analista. Oh, Deus! Esta é sua vida, Isadora Wing. Morando ainda na rua do West Side onde você foi criada. Dividindo sua vida entre a mesa de escrever e a mesa telefônica e o divã do analista. É essa a mulher que todo mundo inveja? É essa a mulher que se supõe ter a resposta? Pergunte a Katryn Kuhlman. Ou a Clara Boothe Luce. Ou a Helen Gurley Brown. Funde sua própria religião. Faça curas pela fé. Despose o dinheiro. Comece uma revista.
Essas pessoas têm respostas. Não os escritores. Somos pagos por nosso sofrimento. E nossos pesadelos. Somos pagos para vagar obscuramente da máquina de escrever aos forno de cozinha (onde ainda fazemos outro bule de café e observamos a nós mesmos irresolutamente que
um desses dias
temos de esfregar o chão da cozinha). Daí voltamos. Ficamos paranóicos com a excessiva solidão e acreditamos que nossos editores estão nos dilacerando ou que nossos leitores estão nos aborrecendo. Recebemos uma dúzia de delirantes cartas de admiradores expressando afeição e uma carta de um ignorante, anônima, expressando ódio, e lembramos-nos apenas da odiosa carta. Passamos tanto tempo sozinhos meditando, que nos tornamos obsedados por sexo, fama, quiméricas transações comerciais. Ansiamos por amor, ardemos por sexo, e, contudo, quando os alcançamos, dispomos deles rapidamente para que não interfiram em nossa escritura. A infelicidade é nosso elemento. Chegamos a acreditar que não podemos funcionar sem ela.
-Erica Jong, em Salve sua vida-
Ô vontade de esfregar esse livro na cara da minha analista e todas outras pessoas inconvenientes que teimam em me aborrecer com sermões animadores!!!
Só Erica Jong me entende. Quero casar com ela.
Jong não é apenas uma escritora. É uma deusa, uma profetisa, um estilo de vida, um exemplo a ser seguido, um consolo, um ideal.
Gente, tô viciada nessa mulher!!
Não entendo como sua comunidade no Orkut tem só 40 pessoas...
Alguém aí conhece Erica Jong?!
"Você tem que aceitar ser uma mulher. Você é uma poetisa, não uma maldita secretária ou assistente social!"
=))
Publicado por Laís Medeiros em 19:29
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// sexta-feira, setembro 01, 2006
Muito já se falou sobre sábado à noite, mas pra mim é na sexta-feira que a mágica acontece.
Sexta-feira, pra mim, traz a expectativa de todo um final de semana pela frente. É dia de dormir a tarde inteira, acordar e passar um café bem forte sem se preocupar com insônia. Dia de fazer as unhas e não lavar os cabelos, de mandar exercícios de física e derivados pra PQP, de usar pantufas e toucas coloridas.
Sexta-feira é dia de guardar as maquiagens, os brincos e as máscaras. De se vestir com moletom e relaxar no sofá. Dia de trovar com os amigos até tarde e ler os livros novos (aeee!!) até mais tarde ainda. De abandonar a dieta e tomar uma overdose de chocolate. De cantar Tori Amos e Carpenters até os vizinhos tentarem suicídio, de recitar falas de filmes na sacada em alto e bom tom.
Sexta-feira é dia de "não sair de minha casa a menos que a necessidade me arraste pela mão" e recusar categoricamente todos os convites que me fazem. Dia de não em dividir com ninguém, de deitar na cama com os pés pra cima e ficar horas perdida em mim mesma. Dia de sorrir somente pra quem eu quero, de não fazer média ou ser politicamente correta.
Nunca vou entender como as pessoas conseguem trocar os inúmeros privilégios da solidão de final de semana por companhias toscas, e conseguem se sentir bem fazendo isso...
Publicado por Laís Medeiros em 21:15
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