// quinta-feira, janeiro 31, 2008
Eu ando por aí com aquela ansiedade disfarçada de quem pegou o ônibus errado e não reconhece o caminho. Eu poderia dar o sinal e descer agora, agora mesmo, mas me deixo ficar. Sabe-se lá onde vai parar, talvez o fim da linha seja um lugar agradável.
Talvez não.
Mas certamente todos percebem minha estranheza. Minha timidez não é um traço de personalidade, mas sim um pavor patológico de incomodar ou ser inconveniente. Sei que estou atrapalhando os que pegaram o ônibus certo.
Desabo ouvindo minhas músicas sem um estilo definido. Eu queria ter samba no pé. Esse carnaval me parece tão sem sentido... Por que as pessoas sorriem enquanto dançam? Será que é gostoso? Não sei, não tenho coragem de tentar. Sinto meu corpo disforme se balançando, meu suor certamente incomoda quem sabe sambar.
Às vezes me julgo uma atriz, tamanho meu empenho em fingir ser quem não sou. Talvez seja um talento nato mal-aproveitado. Várias versões de mim mesma formando um mosaico tão pouco convincente. Qualquer um pode perceber minha insatisfação com esse papel. Esses sorrisos, essa forma educada de me dirigir às pessoas, meu tom de voz baixo, quase sussurrado. Na verdade não é respeito, é medo de gaguejar.
Minhas opiniões, paráfrases de livros de capa dura. Surpreendo quando ajo de acordo com o que realmente sinto, deixando de ser essa marionete intelectualizada que faço esforço para representar. Eu queria saber sambar. Gosto das cores da moda (embora me desagrade a idéia de ver uma roupa idêntica à minha em uma vitrine). As histórias de novelas podem ser surreais, mas são no mínimo divertidas quando observadas criticamente. O BBB é uma chatice, mas as provas e os figurinos das festas são bem criativos. Talvez não seja assim tão horrível ter filhos. Cerveja tem um gosto ruim, mas deve dar um barato legal. E a unanimidade, por que raios julgam ser burra?
Pois que seja. A única coisa que me irrita nela é que parece estar sempre segura sobre em qual ônibus deve embarcar.
Publicado por Laís Medeiros em 22:29
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// quarta-feira, janeiro 23, 2008
Um cara desconhecido aparece na sua vida. Vocês trocam telefonemas, e-mails, cartas, livros, presentes. Dividem lanches, móveis e segredos. Acabam deitados num assoalho mal lavado (quem se importa?) com as pernas entrelaçadas e perdendo litros de suor. Juras e juras, a eternidade passeando entre os suspiros aliviados.
Mas e depois?
É aquela estranha sensação de que nada melhor poderia acontecer. E se daqui pra frente as coisas piorarem? E se esse for o ápice? Haveria como manter nossos corações eternamente disparados?
Estranhamente, a curiosidade impede que o medo tome conta. Se existe mesmo essa história de "felizes para sempre", estou disposta a descobrir.
Publicado por Laís Medeiros em 21:57
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// quarta-feira, janeiro 09, 2008
Joguei
Investi
DesistiSe há sorte?
Eu não sei.
Nunca vi.
Publicado por Laís Medeiros em 22:36
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