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x Dream's Angels
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E assim vou percorrendo a Madison Avenue para o consultório da analista. Oh, Deus! Esta é sua vida, Isadora Wing. Morando ainda na rua do West Side onde você foi criada. Dividindo sua vida entre a mesa de escrever e a mesa telefônica e o divã do analista. É essa a mulher que todo mundo inveja? É essa a mulher que se supõe ter a resposta? Pergunte a Katryn Kuhlman. Ou a Clara Boothe Luce. Ou a Helen Gurley Brown. Funde sua própria religião. Faça curas pela fé. Despose o dinheiro. Comece uma revista. Essas pessoas têm respostas. Não os escritores. Somos pagos por nosso sofrimento. E nossos pesadelos. Somos pagos para vagar obscuramente da máquina de escrever aos forno de cozinha (onde ainda fazemos outro bule de café e observamos a nós mesmos irresolutamente que um desses dias temos de esfregar o chão da cozinha). Daí voltamos. Ficamos paranóicos com a excessiva solidão e acreditamos que nossos editores estão nos dilacerando ou que nossos leitores estão nos aborrecendo. Recebemos uma dúzia de delirantes cartas de admiradores expressando afeição e uma carta de um ignorante, anônima, expressando ódio, e lembramos-nos apenas da odiosa carta. Passamos tanto tempo sozinhos meditando, que nos tornamos obsedados por sexo, fama, quiméricas transações comerciais. Ansiamos por amor, ardemos por sexo, e, contudo, quando os alcançamos, dispomos deles rapidamente para que não interfiram em nossa escritura. A infelicidade é nosso elemento. Chegamos a acreditar que não podemos funcionar sem ela.