// segunda-feira, julho 09, 2007
A cada página de "O Tempo e o Vento" me sinto mais completa. Eu não poderia me considerar uma verdadeira fã do Verissimo sem tê-lo lido. É mais do que leitura, é olhar pra um espelho. Tenho em mim uma Maria Valéria, uma Flora Quadros, um Floriano e, por que não?, até mesmo um Rodrigo Cambará.
Mas, embora me identifique com os personagens da trilogia, não chego a "ser" algum deles. Sou, antes de tudo, Clarissa. Clarissa, que dá nome a um despretensioso livrinho de bolso (e outros dois que continuam a história). Clarissa, solitária Clarissa. Que sonha, que espera, que escreve. Que cumpre suas obrigações, e só se diverte mentalmente. Que não entende o mundo em que vive, mas não consegue mudá-lo. E que muitas vezes não entende a si mesma, sempre que sente "uma vontade boba de chorar".
O que Clarissa, a verdadeira, teria feito hoje? Hoje a vontade foi mais forte que os diários e que a vergonha. Clarissa passou o dia com a voz da tia ("tu não tem modos, mesmo!") atormentando sua mente.
Publicado por Laís Medeiros em 18:43
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