// quinta-feira, agosto 16, 2007
Eu gastava minhas horas no divã desenhando triângulos. Minha terapeuta explicava o significado, mas eu não queria acreditar. Era reconfortante me enganar pensando que eu tinha controle sobre minha vida, que aquele tipo de coisa não me abalava.
Triângulos. Hexágonos. Estrelas com seis pontas. Todos símbolos possíveis.
Até hoje desenho triângulos. Todas minhas folhas de anotações têm um ou outro triângulo perdido. Triângulos escuros, sombreados, com as bordas bem marcadas.
O que mais tem forma de triângulo? Pontas de facas, espadas, punhais? Imagino que nunca conseguirei despregá-lo de mim.
Publicado por Laís Medeiros em 11:52
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