// segunda-feira, agosto 13, 2007
"Não lhe era fácil conviver com as outras pessoas. Preocupava-se demasiadamente com o que os outros pudessem estar pensando dele. Suspeitava de que em geral as pessoas não o estimavam, não simpatizavam com ele, achavam-no aborrecido. Recusava-se, porém, a dizer as frases e assumir as atitudes que conquistam amizades, simpatias e admirações, não só por achar o estrategema primário, como também por uma espécie de preguiça tingida de não-vale-a-penismo. Quando se via em grupos, tinha a impressão de estar sempre sobrando. Isso lhe dava uma sensação de solitude que era triste e ao mesmo tempo esquisitamente vouluptuosa. O desejo de ser aceito e querido alternava-se nele com o temor de que, no dia em que isso acontecesse, ele viesse a perder não só sua intimidade consigo mesmo como também sua identidade."
Erico Verissimo
Todo escritor tem a mesma alma, seja uma aprendiz de 16 anos ou um personagem de 32...
Publicado por Laís Medeiros em 17:46
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