// segunda-feira, fevereiro 04, 2008
Fui aos pulos à cozinha servir um pouco de Coca. Peguei o copo de sempre, o que deixo ao lado do galão de água mineral. Não faço questão de trocá-lo. Ele passa dias ali, talvez freqüentado por baratas e moscas, mas não me importo. Lavo duas vezes por semana, às vezes três. O que não mata, engorda.
Com a Coca é a mesma coisa. Teve uma época em que eu não tomava. A princípio por questões sociais, era uma ignorante e achava que não consumindo refrigerantes de uma multinacional eu poderia mudar o mundo. Depois arrumei uma motivação maior ainda: minhas coxas começaram a minar de celulite. Dizem por aí que uma coisa não tem nada a ver com a outra, mas coincidentemente os furinhos diminuiram. Passei uns bons três anos bebendo apenas sucos e água, muita água.
Agora me entreguei ao vício. Foda-se uma ou outra celulite, ainda estou melhor que as moças com barriguinha de cerveja. Enchi o copo apreciando as borbulhas com os olhos. Se havia alguma sujeira ou bactéria, certamente as toxinas gasosas deram um jeito de eliminá-las. Eu daria um beijo em quem inventou a Coca-Cola.
Voltei pro computador tão rápido quanto meus músculos doloridos permitiram. Eu poderia passar meus próximos dias aqui, entre nossas conversas proibidas e nossas piadas desconexas. Sinto como se tivesse o mundo em minhas mãos. E isso não tem nada a ver com a globalização da Coca-Cola.
Publicado por Laís Medeiros em 00:53
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