SábadoOk, eu não me culpo, todo mundo tem seus dias de fraqueza, eu estava sozinha em casa e aquele filme me deixou sensível. Agora estou chorando como não chorava desde janeiro (quando não passei no vestibular) por um problema que eu mesma arrumei. Tento ver a coisa por um ponto de vista otimista... e não consigo. Relacionamentos são decepcionantes, a vida é decepcionante, eu quero colo e não tenho ninguém aqui!
Amy Winehouse faz um sentido absurdo nesse momento, o que me preocupa, afinal, começando assim todos sabem como a história termina.
Não sei o que tenho na cabeça pra aceitar sair de casa num dia desses! Deve ter sido a mistura de cerveja e vinho de ontem à noite, outra atitude sem explicação! Ok, pra isso tem explicação, eu nunca conseguiria dormir sem certa ajuda, meu coração está partido em quinhentos pequenos pedaços e acho que perdi todos líquidos do meu corpo chorando. Acordei com dor de estômago e uma sensação estranha na cabeça, é o preço que se paga, estou conformada.
Estou conformada, afinal de contas.
Deserto total, nenhum ônibus passa e tenho a bizarra certeza de que morrerei esperando. Opa, lá vem um ônibus... o que vai pra casa dele. Não vou chorar, não vou chorar, não vou chorar. Não sou orgulhosa a ponto de não chorar em público, mas sou suficientemente vaidosa pra jamais borrar a maquiagem. O que tenho gastado de delineador nos últimos meses...
Segunda-feira
Sei que domingo à noite não é uma boa ocasião pra beber, principalmente quando preciso acordar às cinco no dia seguinte, mas aquelas latas de Polar sorriram pra mim como há tempos ninguém sorria. Lembro de ter ligado pro gostosinho ontem à noite, mas não tenho certeza sobre o que conversamos. Lembro que ri, ri muito, e dormi ainda com a luz acesa. De certa forma, ele me faz bem. Vejo que acabei com meus créditos falando com ele, o que é bom, já que me impede de ligar pra quem eu não deveria querer contato e declarar o que eu não deveria mais sentir.
Continuo zonza, nunca mais vou emendar três dias de Polar. Nunca mais.